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Cursos preparam refugiados para o mercado de trabalho
Iniciativa abrange Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16, que prevê metas para paz, justiça e instituições eficazes
Um tema global recorrente está cada vez mais presente no cotidiano brasileiro: a situação de milhares de pessoas que deixam seu país de origem para tentar uma nova oportunidade de vida - um recomeço. Seja em decorrência de conflitos internos, como na Síria; os desastres naturais do Haiti ou ainda a crise política na Venezuela, a situação dos refugiados e imigrantes soa como um alarme para diversos países que recebem essas pessoas e não é diferente no Brasil. Cada vez mais os países precisam acolhê-los e oferecer condições dignas de moradia, educação, saúde, trabalho e renda para quem está recomeçando a vida em uma nova nação.
Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), o ano de 2017 foi o maior em número de pedidos de refúgio no Brasil, desconsiderando a chegada dos venezuelanos e dos haitianos. Foram 13.639 pedidos no ano passado, 6.287 em 2016, 13.383 em 2015 e 11.405 em 2014.
Frente a esta situação, um projeto desenvolvido pela Cáritas Brasileira, em parceria com a Fundação Banco do Brasil tenta mudar a realidade dessas pessoas em Brasília e cidades do entorno do Distrito Federal. A proposta é oferecer capacitação aos refugiados e imigrantes com cursos de língua portuguesa e cultura brasileira, leis trabalhistas, economia solidária, empreendedorismo e informática básica. A grade de estudo, disponível em uma plataforma digital, é desenvolvida em parceria com a Cisco Networking Academy Brasil, instituição com expertise em desenvolvimento de conteúdos digitais.
O projeto prevê também a criação de um laboratório de tecnologia da informação com equipamentos de informática, biblioteca e terminais com acesso à internet para os treinamentos on-line. Além da capacitação, os participantes terão apoio psicossocial e técnico para gestão de projetos. As aulas terão duração de um ano e, ao final, espera-se que os imigrantes e refugiados estejam capacitados com competências digitais e preparados para o mercado de trabalho. O projeto “Educação e Capacitação para Refugiados e Migrantes” também será lançado, nos próximos meses nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Em Brasília, contato para dúvidas pode ser realizado através do e-mail This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it..
Ao mesmo tempo em que oferece melhores condições aos refugiados e imigrantes, este projeto também está contribuindo com os indicadores do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16, que prevê metas para paz, justiça e instituições eficazes. O ODS 16 busca promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Definidos pela ONU durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, também conhecidos como Objetivos Globais, fazem parte da Agenda 2030, que se baseia nos progressos e lições aprendidas com os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, entre 2000 e 2015. Esta agenda é fruto do trabalho conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo que pretende criar um novo modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o meio ambiente e combater as alterações climáticas.
No total são 17 ODS e 169 metas que estimulam ações até o ano de 2030 em áreas de importância crucial para a humanidade e para o planeta.
Esta matéria faz parte da série “Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil”, produzido pela Fundação BB com conteúdos sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que fazem parte da Agenda da Organização das Nações Unidas para o ano de 2030.
Sabe o que é um biodigestor?
Conheça esta tecnologia social que é uma energia limpa, alternativa para o botijão de gás e que pode reduzir acidentes com queimaduras pelo uso indevido de álcool no preparo de alimentos
Para as famílias em situação de vulnerabilidade social, o preço do botijão de gás GLP tem impactado no orçamento. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, de janeiro de 2017 a julho de 2018, houve um aumento de quase 75% no botijão. Os preços variam de R$ 60 a R$ 150 dependendo da região do país. Para driblar o alto custo, muitas famílias têm substituído o botijão de gás pelo álcool de cozinha, mas isto tem gerado outro problema: explosões e queimaduras nas pessoas.
Segundo o médico Marcus Vinícius Crepaldi, que atende pacientes vítimas de queimaduras há mais de quinzes anos, é comum pessoas com dificuldade de comprar o gás, usarem o álcool para cozimento de alimentos. O médico defende que o álcool não deva ser usado no ambiente doméstico porque funciona como uma bomba que pode detonar a qualquer momento. “A mãe que vai esquentar uma mamadeira rápida para o filho ou o pai que vai acender a churrasqueira são as principais vítimas de queimadura devido a explosões em decorrência do uso de álcool”, afirma.
Diante de um cenário de alto custo econômico e risco à saúde, uma alternativa é o biodigestor, uma tecnologia social que produz biogás a partir de esterco animal e que pode ser usado para cozinhar alimentos. O custo é menor do que um botijão de gás e evita o risco de explosões que ocasionam queimaduras nas pessoas.
No sertão brasileiro, a entidade Diaconia implementou o biodigestor sertanejo, que é utilizado em fogão para a preparação de alimentos. A iniciativa foi certificada pela Fundação Banco do Brasil como tecnologia social em 2015. O impacto da TS se deve à simplicidade de manutenção e manejo, baixo custo de instalação, substituição do GLP pelo biogás, redução de emissão dos gases metano e carbônico na atmosfera e produção de adubo orgânico e biofertilizante.
Como fazer
O biodigestor consiste em três partes: numa caixa se coloca o esterco misturado à água. A fermentação do esterco (biomassa) ocorre num tanque circular, por meio da digestão anaeróbica de bactérias, resultando na produção do biogás. Da caixa de descarga sai o biofertilizante e o adubo orgânico ricos em nutrientes, resultado final da fermentação do esterco animal. A capacidade de produção é de 26 kg de biogás ao mês, o que equivale ao consumo médio mensal de uma família de cinco pessoas em fogões domésticos. A chama que sai do fogão deve ter cor azul e não ter cheiro. O custo de implantação desse tipo de biodigestor é de R$ 2.800 com mão-de-obra. Para fazer o abastecimento diário são utilizados 10 quilos de esterco misturados a 10 litros de água. Os dejetos podem ser de dois bovinos adultos, dez suínos, 20 caprinos, ou cem aves.
Diferentes usos
Segundo o Engenheiro Agrônomo Luiz Cláudio Matos, da Diaconia, o biodigestor tem inúmeras funções. “Algumas famílias usam para aquecer água para o banho, substituindo o chuveiro, acoplado a sistema de motorização para bombeamento de água. E já vi, de forma experimental, para uso em lamparina para iluminação de ambientes domésticos”, afirma.
Ao longo de oito anos, a Diaconia implantou mais de 400 biodigestores nos estados de Pernambuco, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Rio Grande do Norte, Goiás e Minas Gerais De fácil construção, um pedreiro capacitado faz a parte de alvenaria em três dias e um técnico instala a caixa e faz a ligação até o fogão em um dia.
O biodigestor é uma estratégia que possui relação com o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 7 ao assegurar o acesso à energia a um preço acessível e sem a emissão de gases na atmosfera, o que mitiga os efeitos das mudanças climáticas, além de evitar acidentes com o uso indevido de álcool para o cozimento de alimentos.
“Acreditamos que essa tecnologia tem todas as condições para se tornar uma política pública. Isto porque ela é sustentável, traz benefícios econômicos importantes e contribui para a qualidade de vida das famílias, bem como se constitui em ganhos relevantes na dimensão do meio ambiente”, finaliza Luiz Cláudio.
A Agenda 2030
Definidos pela ONU durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, também conhecidos como Objetivos Globais, fazem parte da Agenda 2030, que se baseia nos progressos e lições aprendidas com os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, entre 2000 e 2015. Esta agenda é fruto do trabalho conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo que pretende criar um novo modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o meio ambiente e combater as alterações climáticas.
No total são 17 ODS e 169 metas que estimulam ações até o ano de 2030 em áreas de importância crucial para a humanidade e para o planeta.
Esta matéria faz parte da série “Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil”, produzido pela Fundação BB com conteúdos sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que fazem parte da Agenda da Organização das Nações Unidas para o ano de 2030.